Robert Neelly Bellah (Altus, Oklahoma 23 de fevereiro de
1927 — 30 julho de 2013, Berkeley, Califórnia), conhecido como Robert Bellah
foi um sociólogo e educador norte-americano.
Índice
1 Biografia
2 Carreira
3 Pensamento
4 Homenagens e
condecorações
5 Obras
6 Ver também
7 Referências
Biografia
Robert Bellah nasceu em Altus, Oklahoma e cresceu em Los
Angeles na Califórnia. Seu pai era editor de um jornal local e faleceu quando
Bellah tinha apenas dois anos, quando, então, sua familia mudou-se para Los
Angeles. Bellah frequentava a Igreja Presbiteriana, com pessoas de todas as
confissões religiosas. Entrou em contato com a literatura marxista, no ensino
médio. Serviu ao Exército de 1945 a 1946, em Harvard e assumiu posição de
liderança no John Reed Club, ligado ao Partido Comunista. Seu mentor em Harvard
foi o famoso Talcott Parsons, o teórico da ação social, um dos mais influentes
sociólogos do século XX.
Em 1948, Bellah casou-se com a sua namorada dos tempos
colegiais, Melanie Hyman, ela se transferiu para Cambridge, Mass, para viver
com Bellah, depois de se graduar na Universidade Stanford. Tiveram quatro
filhos. O casal Bellah sofreu um grande impacto emocional com a perda de duas
filhas, a primeira num ato suicida, e a segunda num acidente de automóvel, em
2010.[1]
Robert Bellah ocupou a cátedra do Centro de Estudos
Japoneses e Coreanos por três décadas na Universidade da Califórnia, em
Berkeley. Suas reflexões sobre a religião civil, a identidade político-cultural
da América, seus fundamentos históricos, foram de grande importância no período
da Guerra Fria e ainda hoje.[2] [3]
Carreira
Bellah obteve sua graduação e doutorado na Universidade
Harvard. Influente teórico, especialista na cultura japonesa e em estudos sobre
a influência da religião e das tradições culturais na organização social e
política das nações modernas e dos EUA, especialmente. Bellah graduou-se em
antropologia social em 1950, sua tese de graduação teve como titulo Apache
Kinship Systems, tese que ganhou o Prêmio Phi Beta Kappa, sendo publicada pela
editora da Universidade Harvard. Em 1955, Bellah recebeu seu Doutorado/ Ph.D.
da Universidade Harvard em Sociologia e Línguas do Extremo Oriente e publicou
sua tese doutoral Tokugawa Religion, em 1957.[4][5]
Durante o período do Macartismo, o FBI intimou Robert Bellah
a informar o nome de seus colegas na antiga organização comunista a que
pertencera. R. Bellah foi forçado a deixar os Estados Unidos e a residir no
Canada, em Montreal, onde permaneceu por dois anos, sendo agraciado como o
titulo de "membro pós-doutoral" do Instituto Islâmico da Universidade
McGill. Ele regressou aos EUA, após o falecimento do senador Joseph McCarthy,
quando as perseguições terminaram.
Após dois anos de estudos na fase pós-doutoral, no centro de
Estudos Islâmicos na Universidade McGill, em Montreal, Bellah começou a
lecionar em Harvard, em 1957, e se transferiu dez anos depois, para a
Universidade da Califórnia, Berkeley. Ele atuou como professor de sociologia na
Universidade da Califórnia em Berkely, por 30 anos, de 1967 a 1997.
Robert Bellah faleceu aos 86 anos, devido a complicações
depois de uma cirurgia cardíaca.
Pensamento
Tokugawa Religion: The Values of Pre-Industrial Japan deu
inicio a tradição de seus estudos sociológicos da religião e da cultura. Uma
coleção de seus principais ensaios sobre a cultura japonesa com o titulo
Imagining Japan, foi lançada em 2003, abordando a relação entre as raízes
culturais do Japão e a modernidade, são os escritos mais importantes de Bellah
sobre a história e cultura do Japão.
Trechos de seu ensaios Religious Evolution e Civil Religion
in America encontram-se na obra The Robert Bellah Reader de 2006, co-editada
com o Professor da Universidade de Emory, Steven M. Tipton. Robert Bellah
apresenta uma visão geral de sua vida como catedrático, seus estudos de teoria
sociológica sobre uma variedade de culturas e sociedades, com o objetivo de
entender o significado da modernidade e dos problemas da modernidade. Temas
diversos são abordados como ética, filosofia, história das ideais, além de
política e religião.[6] [7]
A força da moral religiosa na tradição cultural e política
do Ocidente e, particularmente, nos EUA, é o tema central de suas análises e
reflexões. Através do conceito de "religião civil", Bellah explica
como a história dos EUA tem sido apresentada por intelectuais e homens públicos
em termos religiosos, desde a partida dos Peregrinos da Inglaterra, até a
Declaração de Independência, passando pela Guerra de Independência/Revolução
Americana, Guerra Civil, Guerra Fria, Movimento dos Direitos Civis, chegando
aos temos atuais, no caso da guerra ao terrorismo e de uma outra série de
questões. O discurso religioso frequentemente usado para justificar a
mobilização e legitimar a ação em diversos momentos da história.
Bellah analisa as formas como os pensamentos de esquerda e
de direita se apropriam do discurso religioso e criticam as posições políticas
contrárias, segundo suas respectivas interpretações da Bíblia. A hierarquia de
valores que elaboram, baseados no seu entendimento da mensagem oferecida pela
religião. Como, enfim, identificam a ideia ou a missão da América no mundo, a
partir do que entendem como Vontade Divina , e, assim, a ênfase diferenciada
que conferem a temas como aborto, união civil homossexual, justiça social,
liberdade de escolha individual, guerra ao terrorismo e etc. [8] [9]
O fundamentalismo religioso é a negação da modernidade, o
caminho correto, segundo Robert Bellah, é sempre buscar equilibrar tradição e
racionalismo, fé e razão, cristianismo e iluminismo. Bellah não é um homem
religioso, mas entende que esse simbolismo é importante, quando devidamente
trabalhado pela razão. Ele crê na sabedoria e rejeita o domínio do pessimismo
intelectual. Tem uma visão otimista sobre uma humanidade comungando de um
projeto comum. Como educador, jamais admite transmitir desesperança a seus
alunos. Há um otimismo ou forte esperança na vitória da razão em sua obra e em
sua atividade como educador.
Bellah é um crítico das teorias baseadas em indivíduos
isolados, decisões relativas a interesses exclusivamente pessoais, sem
considerar o conjunto de relações socais em que se encontram inseridos, ele
recorre ao pensamento de Émile Durkheim para fundamentar sua posição teórica
(Cfr. Emile Durkheim on Morality and Society, 1973) [10]
Robert Bellah afastou-se do socialismo por verificar que a
experiência histórica revelara o sistema soviético como extremamente mau e o
Partido Comunista americano como extremamente autoritário, mas reconhece no
socialismo, um poderoso crítico do capitalismo. Em relação ao socialismo, ele
não crê no seu renascimento, mas, de nenhum modo, aceita uma economia de
mercado sem limites éticos, impostos na forma de leis e instituições. [11]
Homenagens e condecorações
Em 2000, o Presidente Bill Clinton condecorou Robert Neelly
Bellah com a Medalha Nacional de Humanidades, em 2007, ele recebeu o Prêmio da
Academia Americana de Religião Martin E. Marty para a Compreensão Pública das
Religiões.
Obras
Religion
and Progress in Modern Asia, 1965
Beyond Belief, 1970
Emile
Durkheim on Morality and Society, 1973
=====================================================================
Reinhard Bendix
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Saltar para a navegação
Saltar para a pesquisa
Reinhard Bendix (Berlim, 25 de fevereiro de 1916 — 28 de
fevereiro de 1991) foi um sociólogo teuto-americano.
Imigrante alemão que radicou-se nos EUA, em 1938, fugindo do
nazismo, recebeu diploma de Mestre e Doutor na Universidade de Chicago, onde
lecionou de 1943 a 1946, transferindo-se, posteriormente, para a Universidade
do Colorado, onde atuou por um ano, como professor-assistente, antes de se
transferir para o Departamento de Sociologia da Universidade da Califórnia,
Berkeley, em 1947, onde permaneceu pelo resto de sua carreira. [1] [2]
Bendix introduziu o método comparativo entre os sociólogos
americanos. Ele entendia que era necessário conhecer a sociedade americana, nas
suas relações com as sociedades europeias, pois o enfoque exclusivamente
nacional ou local, não permitia um entendimento mais amplo da complexidade da
formação social americana, no curso da história e as questões por ela
suscitadas. O alargamento das fronteiras intelectuais de investigação era um
imperativo.
Ele estudou a história de várias nações europeias e também
de nações em desenvolvimento, como a India, a China e países muçulmanos, com o
objetivo de entender como questões gerais do desenvolvimento industrial e da
modernização social e política eram tratadas pelas culturas e tradições locais
Sua referência teórica era Max Weber e a metodologia dos
"tipos ideais" relativos às formas de dominação política e discursos
legitimadores. Obra : Max Weber : An Intellectual Portrait, 1960. As ideias,
para ele, não eram apenas reflexos das condições sociais, mas forças
legitimadoras, independentes e reais.
Suas obras
mais importantes são : Work and Authority in Industry, de 1956; Nation-Building
and Citizenship, de 1964, e Kings or People: Power and the Mandate to Rule de
1978, nelas Reinhard Bendix aplica o método da sociologia histórica comparada.
Em Work and Authority in Industry, ele investiga os
discursos legitimadores da disciplina fabril e da autoridade pública, e sua
compatibilização com a questão da liberdade, em países como Rússia, Inglaterra,
Alemanha e EUA. A legitimação, enfim, da ideologia empresarial, o discurso da
eficiência gerencial, e da autoridade pública na ordem liberal e pré-liberal,
em cada contexto histórico.
Em Nation-Building and Citizenship, de 1964, Bendix analisa
o modo como questões universais da contemporaneidade são contextualizadas pelas
tradições e culturas locais, examinando os casos da Europa ocidental, Japão e
Rússia, estudando a singularidade da condição histórica em face do avanço da
modernização. O modo de combinar o moderno e o tradicional em cada contexto
cultural. Bendix utiliza como "tipos ideais" as ideias de
desenvolvimento e modernização.
A Revolução Industrial, a urbanização intensa, a
transformação na estrutura ocupacional, a mudança política e ideológica, a
formação do Estado Nação com a Revolução Francesa, a formação de novas nações,
em antigas colônias europeias nas Américas, o surgimento dos grandes aparatos
burocráticos, o advento do livre mercado e a criação do Estado de Bem Estar
Social integram o amplo conjunto de questões tratadas no esforço teórico de
fôlego empreendido por Reinhard Bendix. [3] [4]
Em Kings or People: Power and the Mandate to Rule, 1978,
Bendix procura entender a razão para a emergência da soberania popular e a
crise da dominação tradicional ou dinástica, no mundo ocidental, a chamada
"especificidade do Ocidente". A força da nova legitimidade da ordem
social e da autoridade publica, a figura do cidadão, e o declínio da
legitimidade dos velhos monarcas, do conceito tradicional de soberania,
dinastias de descendentes de heróis de guerra e grandes estadistas,
enfraquecidos diante da nova fonte de legitimidade política, o mandato popular.
A legitimidade deslocando-se de famílias nobres, para a
sociedade e a vontade popular, como fonte derradeira de toda produção legal
legitima.
As investigações de Bendix, portanto, procuram esclarecer
porque algumas instituições permanecem e outras não, e modo como permanecem, e
prossegue indagando sobre as especificidades culturais que permitem tais combinações
entre o velho e o novo, ou o tradicional e o moderno, em cada nação. A razão
pela qual se estabelece um clivagem radical em cada sociedade entre o
tradicional e o moderno.
Ele rejeita o evolucionismo e uma filosofia da história com
as características de determinismo como o marxismo, em leitura clássica, ou
teorias sistêmicas, para o entendimento da mudança social. Demonstra grande
respeito pela diversidade cultural dos povos, mas afirma que existe uma lógica
comum que passa a vigorar nas sociedades inseridas nesse mundo moderno,
industrial e democrático. [5]
[6] [7].
Sobre o
método comparativo
Barrington Moore
Perry Anderson
Seymour Lipset
Charles Tilly
Theda Skocpol
Jeffrey Alexander
Nenhum comentário:
Postar um comentário