- Seymour Martin Lipset (Nova Iorque, 18 de março de 1922 – Condado de Arlington, 31 de dezembro de 2006) foi um sociólogo estadunidense, filho de imigrantes judeus russos
- Presidente da Associação Americana de Ciência Política, 1979 a 80, e da Associação Sociológica Americana, 1992 a 93.
- Presidente da Sociedade Internacional de Psicologia Política.
- Presidente da Associação Sociológica de Pesquisa.
- Presidente da Associação Mundial para Pesquisa de Opinião Pública.
- Presidente da Sociedade para Pesquisa Comparativa.
- Presidente da Sociedade Paul F. Lazarsfeld, em Vienna.
- Membro da Academia Nacional de Ciências.
- Diretor do Instituto Estados Unidos da Paz
- Membro do Conselho do Albert Shanker Institute
- Membro do U.S. Board of Foreign Scholarships
- Membro do Comitê para Reforma da Lei Trabalhista
- Membro do Commitê para uma Efetiva UNESCO
- Consultor do Instituto Nacional Humanidades
- Consultor do National Endowment for Democracy
- Consultor do Comitê Judeu Americano.
- Presidente do Professores Americanos pela Paz no Oriente Médio
- Agrarian Socialism: The Cooperative Commonwealth Federation in Saskatchewan, a Study in Political Sociology (1950)
- We'll Go Down to Washington (1951)
- Union Democracy com Martin Trow and James S. Coleman
- Social Mobility in Industrial Society com Reinhard Bendix (1959)
- Social Structure and Mobility in Economic Development com Neil J. Smelser (1966)
- Economic Development and Political Legitimacy (1959)
Índice
Biografia
Seu pai era impressor e sua mãe uma camponesa, imigrantes da Rússia Imperial.Lipset residiu em bairros pobres de Nova Iorque, graduou-se no City College de Nova Iorque, em 1943, e concluiu seu doutorado, PhD, na Universidade de Columbia, Nova Iorque, em 1949.
Na juventude, sua origem operária, sua nacionalidade russa, e a influência universitária o levaram a aderir ao marxismo, sendo um socialista ativo, na vertente anti-stalinista, trotskista, e, posteriormente, a se aprofundar nas especificidades da sociedade americana. [1]
Carreira
Lipset foi professor da Universidade da Califórnia em Berkeley, da Universidade de Columbia, da Universidade Harvard, do Instituto Hoover, da Universidade de Stanford, entre 1975 e 1990, da Universidade de Toronto e da Universidade George Mason. [2] [3]Pensamento Político e Sociológico
Sua tese de doutorado, que foi seu primeiro livro, intitulada Agrarian Socialism: The Cooperative Commonwealth Federation in Saskatchewan, 1950, o notabilizou por se constituir num esforço de explicação de porque os EUA foram a única sociedade ocidental a não ter um Partido Socialista ou trabalhista forte. Cinquenta e um ano depois, seu livro, escrito em parceria com Gary Marks, intitulado It Didn't Happen Here: Why Socialism Failed in the United States, voltou a tematizar a mesma questão, fazendo um amplo estudo comparativo com as democracias ocidentais. [4]Lipset destacou-se pela riqueza de sua teoria da democracia e pela defesa da tese do excepcionalismo americano, sendo um admirador dos ideais fundadores da América.
Ele foi um dos primeiros formuladores da "teoria da modernização", afirmando a democracia como consequência necessária do desenvolvimento e do crescimento econômico. [5] Lipset definia-se como um centrista, influenciado pelo pensamento social e político de Alexis de Tocqueville, John Stuart Mill e Max Weber[6]
Tornou-se um ativo membro da ala conservadora do Partido Democrata, após abandonar o Partido Socialista em 1960, e foi um dos primeiros "neoconservadores", corrente intelectual e política que adquiriu grande visibilidade na Era Bush.
Lipset identificava, nos EUA, a força da cultura antiestatal, individualista, e a defesa da meritocracia e do dinamismo econômico, como fatores que explicavam a ausência de um Partido Socialista forte naquele país. Segundo Lipset, os cinco pilares do credo político americano: liberdade, igualitarismo, individualismo, populismo, e laissez-faire explicavam o caráter excepcional da democracia americana. O grau de adesão a esses princípios nos Estados Unidos, teria uma intensidade muito elevada, não observada em outras democracias ocidentais. [7]
Lipset propõe que nos países mais ricos e desenvolvidos, os conflitos distributivos se tornam menos radicais, o desenvolvimento econômico criaria condições para ânimos menos acirrados, em outras palavras, a prosperidade geraria, progressivamente, estabilidade política. [8]
O ideal igualitário no plano da cidadania e nas condições de disputa no mercado de trabalho, a associação entre desenvolvimento econômico e democracia, ou entre capitalismo e democracia, era enfatizada. A democracia e o capitalismo faziam uma perfeita combinação afirmava Lipset[9]
As esquerdas americanas, por essas razões, seriam, predominantemente, anarquistas e não socialistas. O caso americano, segundo ele, era muito pouco provável de vir a confirmar a tese marxista da luta de classes levando a uma revolução inevitável. Obra de referência: It Didn't Happen Here: Why Socialism Failed in the United States, 2001
Lipset argumentava que a fraqueza do socialismo nos EUA refletia também a heterogeneidade da classe trabalhadora.
A estabilidade da democracia americana era explicada pelo modo mais moderado de tratar o conflito de classes, fator que favorecia emoções políticas mais contidas. Mas essa estabilidade decorria, também, da vigência de instituições que possibilitam o dissenso e o conflito, ao mesmo tempo que contribuem para a legitimidade e o consenso. A garantia de que a minoria poderá se tornar maioria em um novo governo, a importância das lideranças políticas e dos valores políticos para a boa funcionalidade dos sistema político inserem-se entre os fatores de estabilidade das instituições democráticas. Obras de referência : Political Man: The Social Bases of Politics, 1960; The First New Nation, 1963, Consensus and Conflict, 1987; The First New Nation and Continental Divide: The Institutions and Values of the United States and Canada, 1990
Publicou obras importantes sobre organização sindical, modernização, opinião pública, estratificação social e sociologia da vida intelectual.
Ele, também, aumentou seu envolvimento com os assuntos do judaísmo com o avançar da idade e dedicou-se muito ao tema Conflito no Oriente Médio, formulando propostas para a negociação de paz entre israelenses e palestinos. [10] [11]